quinta-feira, 14 de julho de 2011

10 Regras de Ouro para um Jogador de Futsal




PRIMEIRA:


"Nunca se deve permanecer parado. Tem que estar em continuo movimento em toda a dimensão da quadra".


SEGUNDA:

"Tem que saber jogar quando não se tem a bola, e sobretudo se algum companheiro de equipe a tem (Dar apoios, fazer fintas, ocupar espaços vazios, etc...)".


TERCEIRA:

"Nunca se deve deixar de observar a bola".


QUARTA:

"O jogador deve ser generoso com os seus companheiros no momento de passar a bola. É preferível assistir um companheiro que perder uma oportunidade clara de gol".


QUINTA:

"Nunca se deve dar uma bola como perdida”.


SEXTA:

"Todos os jogadores têm que defender atrás da linha imaginária horizontal que descreve a bola (atrás da linha da bola) quando a equipe contrária ataca".


SÉTIMA:

"Deve sempre colocar-se de forma a limitar a ação ofensiva do atacante e não deve entrar “de primeira” para roubar a bola, a não ser que a perna de apoio no solo do atacante, seja nesse momento aquele que domina (pé dominante nas execuções) a operação dos gestos técnicos".


OITAVA:

"Os passes entre os colegas de equipe devem ser curtos e rasos para haver melhor controle e fortes de forma a não serem interceptados. Os passes horizontais nunca devem ser executados próximo da nossa área. Devem-se utilizar frequentemente os passes diagonais e verticais".


NONA: "

O último jogador (o que fecha) nunca joga individualmente face à falta de apoios, nem arrisca, pois se perde a bola pode originar o golo do adversário".


DÉCIMA:

"Deve ter paciência quando se iniciam jogadas, procurando jogar a bola entre todos os elementos da equipe. Sem “pressa” em finalizar as jogadas, devem-se executar os gestos técnicos com a maior velocidade e rapidez possível para a obtenção do gol. O tempo (segundos disponíveis) é precioso para a obtenção de remates à entrada da área adversária sobretudo quando existem erros defensivos".

No Futsal raciocinar é fundamental !


No Futsal raciocinar é fundamental...

Pretende-se com este trabalho explicar as variantes que determinam as tarefas no domínio decisional dos jogadores nas acções defensivas/ofensivas, quer ao nível das tarefas elementares, quer ao nível das acções colectivas.

Importa salientar que toda a estrutura orgânica do jogo depende directamente das variantes inerentes à problemática do domínio físico, técnico, táctico e psicológico. Este último assume grande relevância no desenrolar das acções colectivas e individuais, dado que é no domínio do raciocínio que o jogo assume a dimensão estratégica que o treinador pretende assumir nas acções básicas elementares e complexas, individuais ou colectivas.

Espero com a presente explanação produzir e evidenciar o papel da filosofia que a Psicologia do Desporto assume na mecanização, identificação e desmistificação que o jogo de Futsal abarca, aquando da sua implementação ao nível do treino e necessariamente na sua forma competitiva.

“O acaso encontra-se por todo o lado, à nossa volta, governa o nosso quotidiano. Antes de o tentar abolir é tarefa prioritária compreendê-lo para dele depender menos, ou mais conscientemente”
Etienne Lalou

É no domínio do saber que os atletas evidenciam as necessárias condições para produzir sucesso nas acções técnico-tácticas. Desta forma, as aprendizagens solicitam a participação das componentes inerentes aos princípios abrangentes pelo jogo no seu todo.

Logo a componente física, técnica, táctica e psicológica são condição primordial na aquisições das referidas aprendizagens e não podem dissociar-se entre si, uma vez que mesmo em situação de treino o atleta deverá em todas as situações abarcar as quatro componentes, através de uma participação activa, com qualidade ao nível das execuções, de forma a interpretar as movimentações respeitando os seus princípios e com uma elevada carga no que respeita à concentração e atitude mental.

“O que temos que aprender, aprendemos a fazer”
Aristóteles

A Táctica exige raciocínio

A táctica é diferente da técnica que é automática e o jogador executa os fundamentos sem pensar, pois os gestos técnicos (passe, remate, domínio, etc.) são realizados por reflexo, uma vez que estão sob o domínio da medula que controla os impulsos nervosos.
A táctica exige raciocínio, os jogadores têm que pensar naquilo que vão realizar em cada situação do jogo: os padrões de movimentos, os posicionamentos, as jogadas... não acontecem por reflexo, mas sim depois que o cérebro processou uma informação, racionalizou e decidiu executar uma acção.

Com efeito, ressaltamos a importância dos jogadores terem um perfeito conhecimento das suas funções e obrigações durante o decorrer de uma partida de futsal. A táctica é planeada, estudada, organizada..., e quanto mais os jogadores estiverem cientes do que deles se espera, tanto mais eles se esforçarão para atingirem os objectivos traçados.

A importância de estabelecer objectivos

O estabelecimento de objectivos é uma tarefa que realizamos quotidianamente. Em algumas ocasiões sem darmos conta e noutras, através de um processo mais consciente e planificado como quando estamos dispostos a gastar uma determinada quantidade de dinheiro, planificado uma viagem, uma actividade, etc.


Dentro do âmbito desportivo a planificação de objectivos é um processo que não se converte numa ferramenta eficaz no desenrolar do desportista porque a competição realiza-se de maneira informal.

Para que o estabelecimento de objectivos seja um elemento que concretamente ajude o desportista, deve transformar-se necessariamente num processo mais formal e deve portanto dedicar-se um tempo para a sua planificação, ainda que, existe um consenso de que o êxito nas actuações desportivas depende fundamentalmente de dois factores: a destreza (força, velocidade e resistência) e a motivação (atitude mental, autoconfiança).

Autor: Prof. Mesquista

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Jogo Livre: A Herança do Jogador de Futsal Bem Treinado




Wilton Carlos de Santana
Mestre em Pedagogia do Movimento pela UNICAMP (SP)
Doutorando em Educação Física na UNICAMP (SP)


Não é difícil encontrar na literatura(1) definições e tipos de padrão de jogo. Em linhas gerais, defende-se a
idéia de que padronizando os deslocamentos dos jogadores por meio de movimentações repetitivas, tornarse-
á possível manter a posse de bola, induzir o adversário ao erro e facilitar as ações ofensivas da equipe.

Em outras palavras: investe-se na idéia de que se todos da equipe fizerem a mesma coisa (repetirem o
combinado) conseguir-se-á a manutenção da bola e o jogo de ataque.

Há indícios de que essa maneira de pensar não encontra reciprocidade no futsal moderno, pelo menos
entre as equipes que disputam a Liga Nacional. Nesse nível, o jogo está muito mais para "livre" do que para
padronizado. No lugar dos padrões de jogo - redondo, de meio, pela ala, 4 em linha, lado contrário - vê-se
um jogo(2) essencialmente veloz, com movimentações constantes com e sem bola, mudanças contínuas de
posse de bola e de muito contato físico. Necessariamente, não há obediência a um determinado padrão de
jogo. Há uma maneira de se jogar, que aqui estou chamando de "livre". No "jogo livre" encontramos
movimentações de ataque organizadas e que pertencem a determinados padrões de jogo: troca entre o ala
e o pivô, aproximação, tabela, paralela, bolas de espaço, diagonal, ultrapassagem por trás com a
possibilidade de uma pisada, troca entre o armador e o pivô, liberação de espaço, fugida, bolas de tempo.

Portanto, não se trata de entrar na quadra e fazer o que se quer. Não é bagunça, tampouco pelada. Jogar
"livre" implica, sobretudo, em jogar organizado.

Dentre as características do jogo acima citadas, as duas iniciais - essencialmente veloz, com
movimentações constantes com e sem bola - implicam numa postura tática até certo ponto contrária à idéia
principal do padrão de jogo. Há muita movimentação e, por conseqüência, há necessidade de se criar
espaços. Fica difícil repetir o combinado. Nessa direção, quanto mais livre e imprevisível a equipe jogar
maior a probabilidade de envolver e ludibriar o adversário. A meu juízo, nessa conjuntura os elementos que
fazem a diferença são: a base de conhecimento tático, a qualidade técnica e atitudes do jogador.

Quem pode jogar livre? Quem tem uma sólida formação técnico-tática. Quem construiu uma base
diversificada de conhecimento em futsal. Quem foi bem treinado. Em última análise, o "jogo livre" é a
herança do jogador de futsal bem treinado.

Por conseguinte, penso que os padrões de jogo, que fizeram a diferença no final da década de 80 e início
de 90, caminham para o ostracismo. As equipes que se movimentarem apostando apenas no
preestabelecido poderão ser facilmente monitoradas. E, uma vez controladas, como obterão o êxito
ofensivo? Como surpreenderão os adversários?

A narrativa acima sinaliza para o conceito de que é muito mais difícil monitorar equipes imprevisíveis e
criativas do que padronizadas. Mas, o que seria jogar imprevisível e criativamente? A meu ver, movimentarse
na quadra adequada e inteligentemente. Em outras palavras, implica em saber abrir e ocupar espaços,
se posicionar corretamente e cumprir os princípios do jogo de ataque - sair do campo visual do marcador,
entrar na bola, projetar-se sem bola, acelerar o passe...

Não estou aqui fazendo uma apologia ao jogo de ataque livre. Apenas procuro entender o jogo ofensivo de
boa parte das melhores equipes de futsal do Brasil. No jogo livre as equipes se posicionam corretamente,
encaixam manobras e andam (se movimentam). Mas, não padronizam os deslocamentos.

De outro lado, em se tratando ainda de jogo de ataque, as bolas paradas - saída de bola, arremesso de
meta, lateral, de canto e faltas - predominantes no futsal, estão aí para ratificar a eficiência de apostar no
combinado. Com a bola em jogo, com a condição física que o treinamento desportivo propicia aos atletas,
penso ser cada vez mais difícil e duvidoso, padronizar isso e aquilo. Penso que uma boa estratégia é
investir no jogo livre e organizado.

E os padrões de jogo, ainda seriam oportunos? Sim. Para quem? A meu ver, para quem ainda não sabe
jogar livre. Ainda que pareça paradoxal, os diferentes padrões de jogo são conteúdos que os jogadores
devem aprender para que um dia possam "jogar livre". Por que? Porque os padrões ensinam a se
movimentar na quadra adequada e inteligentemente.

Penso que caminhamos para um novo conceito em futsal: sai o jogo padronizado e entra o jogo livre e
organizado. Esse, um jogo de inteligência tática e de atitudes.